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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Na busca

Nem tudo o que eu ouço, eu queria ouvir. Nem tudo pode ser dito. Mesmo assim, você me diz. Golpeia-me com palavras que dilaceram meu coração. Vivo à sombra da esperança, ancorada à fé que me ilumina, bebendo gotas minúsculas de mel que essa esperança me dá.
Por noites e noites sem rumo, eu vagueio em meus sonhos, sempre procurando um canto onde eu possa descansar. Onde a dor não me alcance, onde a paz interior me inunde. E nessa busca incensante pelo ar pra respirar, pela sombra pra descansar, sinto um abraço da vida que me permite ficar.
Fosse eu uma flor, buscando água, tão somente. Fosse eu o mar, querendo apenas tocar a praia. Mas sou mais que isso. Sou um grito que sufoca a alma, na busca pela pele tocando outra pele, pela boca  dizendo coisas sussurradas no ouvido, o silencio querendo ser quebrado por um gemido.
 E quando me encontro com o que procuro, invento outra busca, invento outro sonho.

sábado, 31 de outubro de 2015

A Procura...

Naquela manha, calçando chinelos, ela abriu a porta e saiu. Não sabia pra onde ia. Talvez, ela nem lembrasse dos lugares por onde andou. Mesmo assim ela saiu.
 Penso, que ela imaginava que chegaria ao destino desejado, ou que nem soubesse pra onde iria, ou até, estivesse sem um destino...apenas seguia o caminho que  a levava à algum lugar.
Os minutos passaram, e quando percebida sua ausência, ela já estava longe. Quadras de distância da sua casa...não sabia voltar.
Saem à sua procura, avisam um, avisam outro. Ninguém sabe dela, ninguém a viu.
Começa uma busca desesperada em possíveis lugares que ela possa ter ido, mas tudo em vão.
De repente,  a encontram. Vista por uma conhecida da família, ela observa tudo ao seu redor, um tanto confusa. Não se sabe o que passou por sua cabeça. Sabe-se apenas que se perdeu num trajeto que conhecia muito bem e que agora era como se estivesse vendo pela primeira.
Muito estranho o que o doença de Alzheimer faz com cérebro da pessoa. Rouba suas memórias e me parece que remete a pessoa à infância, deixando-na frágil e dependente. É como se os filhos passassem a ser pais da pessoa com a doença. Em todos os momentos e principalmente nesse em que passamos por isso, precisamos estar cientes de que carinho e amor, são como remédio que acalmam e ajudam a doença a não agir tão depressa.
Fé e força, sempre!



segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Era uma vez...


Uma menina que adorava brincar, que gostava de flores, que apreciava o sol. Um dia, ela cresceu e tornou-se uma mulher. Encontrou sua cara metade, e juntos tiveram filhos e fizeram planos. E sonhos brotaram. Alguns se realizaram,  outros se perderam no tempo. 

Seus filhos cresceram, seguiram seus caminhos...Vieram os netos.
Quando tudo parecia perfeito, surgiu o Alzheimer e criou novas rotas para  a família. Criou alguns medos e roubou alguns sorrisos. Veio sozinho, veio do nada e sem avisar. Ele foi a surpresa boba que a vida trouxe e colocou ali, pra fazer mudanças na rotina, pra desmontar alguns sonhos.
E nos momentos em que tudo parece perdido, sem controle, sem esperança...Eis que o amor, essa palavra  pequena com significado e efeito tão grande, toma conta e contagia cada um naquela família que juntos se tornam um muro que destrói e impede a derrota de entrar. Porque o amor não tem limites. O amor é o bálsamo que fortalece a alma! 




domingo, 25 de outubro de 2015

Pensamentos confusos pelo Alzheimer...

Olhando num armário do passado, entre tantas coisas ali esquecidas, encontrei uma foto antiga. Nela, o seu sorriso era o mesmo que vejo agora. Aquele sorriso solto sem limites e nem travas. Mas Ela já já não é a mesma. Por traz do seu sorriso, se escondem pensamentos confusos que se misturam com passado e presente e fazem ela trocar nomes, confundir pessoas e tempo. Momentos recentes que não são captados por sua memória e que se perdem ou são apagados.
Quando ouvia falar em Alzheimer, eu não me detinha em detalhes. Para mim era apenas, mais uma doença. 
Ao ser diagnosticado que minha mãe tem a doença, foi como se um buraco enorme abrisse sob meus pés e lentamente eu fosse caindo. Eu continuo caindo.
Quando ouvi de um oncologista que eu tinha Câncer e maligno, não fiquei tão assustada como quando soube que minha mãe tem Alzheimer. Eu me curei do Câncer...Mas Alzheimer, arranca aos poucos, não a pessoa do mundo, mas o mundo da pessoa. E todos que estão à volta, de alguma forma são atingidos.
Você olha pra pessoa, fala com ela, ri com ela e depois vai embora. Um minuto após você sair, ela esquece que você esteve com ela...é doloroso!
Mesmo assim, devemos estar presentes na vida da pessoa querida que tem Alzheimer, tratar com carinho e amor...conversar, sorrir, cuidar. Mesmo que ele (a) esqueça o que nós fazemos, nós não vamos esquecer!
Dar amor é alimentar alma. Doença de Alzheimer  dá perda de memória, não perda da alma.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Estive ausente, mas meu coração estava aqui. Adoro escrever. As vezes tenho umas ideias loucas, tortas... outras vezes tenho ideias sérias e até tristes que coloco no papel. Mas ultimamente, apenas pensei e não coloquei nada no papel...cansada, acho.
Vai que você começa a olhar pra si mesma e descobre que em algum momento da vida, você dobrou na esquina errada, e esse caminho acabou te levando a um destino que você não queria. Aí você pensa, remoe, analisa, se cobra e não consegue entender porque fez a escolha que fez. É complicado, mas enfim, não se pode acertar sempre. Acredito que ninguém seja tão perfeito a ponto de nunca ter errado ou se arrependido de algo. Faz parte. Mas o que acho interessante, é que mesmo que você erre, a vida continua te proporcionando opções de mudanças. E a qualquer momento, você pode seguir por outra rua, dobrar em outra esquina e fazer melhor, fazer acontecer. O que não podemos de modo algum, é ficar sentados nos lamentando e esperando que uma solução caia do céu.
Então, fé e esperança, sempre! Pois a vida, é pra ser vivida.